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Você precisa chorar o choro que engoliu?

 

Todos nós usamos frases, palavras, e atitudes com uma intenção e geramos no outro efeitos diferentes do que esperávamos.

 

Muitos de nós, quando crianças, ouvimos nossos pais dizerem "engole o choro!", ou, em um tom mais suave: "não precisa chorar". São variadas as intenções que cada adulto tem ao falar isso para uma criança. Alguns o fazem apenas por repetição de um padrão já conhecido, outros o fazem com a intenção de ensinar força, limites, autocontrole, entre muitos outros motivos.

 

Não quero aqui trazer um peso de culpa aos que usam ou já usaram frases assim. Não quero trazer um sentimento de mágoa por aquele que falou com você assim. Frases como essas vêm acompanhadas de contextos e motivações tão variadas que seria injusto de minha parte condenar quem o fez. Quero trazer uma reflexão sobre. Quero trazer uma ajuda daqui pra frente.

 

O choro é uma linguagem. O choro é comunicação. O choro é comunicação com o outro e consigo mesmo. O choro é comunicação do seu corpo e mente com você. Parece estranho pensar nisso, mas por vezes, de tanto engolir o choro, nos afastamos de nossa própria realidade interna.

 

O choro deve ter os seus limites, contextos e intensidades, que ao longo da vida, a maturidade nos ajudará a discernir. Enfatizo: ao longo da vida.

 

O choro é uma linguagem desde o início até o fim da vida de todos os seres humanos.

 

Mas muitos de nós passamos a vida engolindo o choro. Fica cada vez mais difícil encontrar lugar, pessoas, momentos e contextos onde conseguimos expressar essa linguagem. Linguagem que carrega tantas coisas que não conseguimos expressar em palavras.

 

Muitos de nós contemos até mesmo o choro de alegria ou de saudade... daquela emoção gostosa... ou "mista" de sentir.

 

Você precisa reaprender essa linguagem? Você precisa chorar o choro engolido?

Ainda há tempo. O choro é uma linguagem desde o início até o fim da vida de todos os seres humanos.

 

Marcela Barros

Psicóloga

CRP 08/16438