"Parece que estacionei…" Já ouvi diversas vezes essa frase, sempre em tom de angústia ou frustração. Mas... talvez isso seja bom por um tempo, já pensou nisso?
Às vezes, vale mais ficar estacionado por um tempo e refletir com clareza qual a rota que você vai seguir, do que ficar rodando por aí gastando combustível e poluindo o ambiente.
(Claro que andar um pouco sem rumo também faz parte de algumas estações da vida, e ver pessoas, coisas e acontecimentos por aí podem ser inspiração, trazer clareza..., mas andar sem rumo deve ter um limite).
Às vezes, temos a sensação de estarmos estacionados, mas sabemos que há algo se movendo dentro de nós. Isso pode ser um chamado à redefinir a rota. Se demore o tempo que for preciso, e recorra às ajudas necessárias.
Em algum momento precisamos alinhar o movimento de dentro com o movimento externo que fazemos. Quando se sentir assim, pare para perceber qual sentido da palavra você está vivendo. Onde e para quê você está estacionado?
Por exemplo, alojar uma tropa por certo tempo pode ser uma boa estratégia de sobrevivência, mas deixar de se desenvolver, não é uma boa ideia.
Então, ao estacionar, certifique-se que está em um local permitido. Caso tenha se enganado, agradeça e pague a multa recebida, ela pode te tornar mais atento da próxima vez.
Se estiver em local permitido, reflita em quanto tempo poderá ficar ali. Você pode se demorar? É seguro passar a noite ali? Se precisar sair com certa urgência, vale a pena buscar com mais intensidade uma ajuda para redefinir a rota.
Caso seja possível passar com segurança algum tempo nesse lugar, certifique-se de não se acomodar a ficar para sempre ali. Ele pode ser muito útil, mas deve ser de passagem. Caso contrário, do estado estacionado você pode ir para o estado estagnado.
Enfim, acho que não devemos tratar esse lugar com tanta repulsa, mas também não devemos agarrar-se à ele para sempre. Aprenda o que precisa nesse tempo, e quando souber a rota, siga em frente.
Psic. Marcela Barros de O. Ferreira
CRP 08/16438